A noite já caiu. Ando pelo passeio para tentar chegar a casa. Enquanto espero que o boneco verde me indique o caminho reparo nos lampiões acabados de acender e na roda da bicicleta que oscula o piso molhado e anda ao mesmo passo que eu. As chaves de casa são as mesmas desde sempre, o vazio inexistente na casa preenche-me a mim não sei como nem porquê. Preciso de ar. Estou a precisar de mudar e de escrever o último parágrafo deste capítulo. O ponto final é necessário. Já não faz sentido, ou então até faz. Não sei o que se passa. Entretanto, está frio e chuva lá fora. A chuva cai e faz-se sentir na multidão que vagueia apressada pelas ruas quase desertas. Vivo num paradoxo constante. Sinto necessidade do Ponto Final. Mas...
Existe sempre um Mas no meio de tudo. Este Mas deixa-me continuar como me deixa parar. Pede-me uma Virgula apesar de eu querer um Ponto Final. Será que eu vou ceder ao Mas? Não sei...
Chegado está, então, o Ponto Final.
(Mas...)
( ~ Fim do dia . Mafalda Veiga ~ )
segunda-feira, novembro 21, 2005
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2 comentários:
Não cedas ao mas....=)..pelo menos abençoado ja foste lol...agora está por ti impores o ponto final...eu deixares a virgula apoderar-se de um lugar que não lhe pertence =\
^-^ ***
Tudo o que deixa marca merece um mas... Não importa quantos finais felizes traçemos numa memória ou incoerência durante o segundo porque Tudo volta atrás para recuperar o que mais sentido fez para ti... até para mim... Por quantas vezes dê o mundo a volta, voltas sempre ao mesmo grão de areia que foste antes de acreditar, para desesperar pela sua presença, por recuperar tudo o que nessa estrela já faz parte de ti.
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