Inoportunos. Hoje vieram aqueles pensamentos inoportunos com os quais discutimos. É estranho olhar e ver o mundo com estes olhos. Estes olhos. A espera continua. Passadas firmes de tempos a tempos mostram-me que continuarei a seguir este rumo durante muito tempo. A ideia desagrada-me profundamente. São aquelas coisas simples que nos inquietam. Aquele bicho silencioso que destrói pausadamente. Lentamente. Ainda mais lentamente do que tu. Aquele bichinho que nos, ora satisfaz, ora mata. Ora sorri, ora chora. Ai como eu anseio aquele momento final. O momento final. Por favor meu Deus. Não me faças esperar mais tempo. Nem sei se acredito em Deus, mas nestas situações toda a gente se lembra d'Ele. Este bichinho está a destruir-me. Está a alimentar-se de mim. Está a alimentar-se do meu coração. Devora incessantemente. Custa. Dói. Sinto-me perdido no tempo, algures no espaço. Sinto esta incerteza. Estou a ouvir sons. Estou a ouvir sons que só eu consigo decifrar. Quero outro lugar. Outro mundo. Outro lugar. Outro lugar. Outro lugar. Outra pessoa. Quero-te longe. Quero este bicho horrível fora de mim. Este ser inócuo que me esvazia, que me corrói. Sinto-me traído. Confusão. Turbilhão emocional. Pensamentos perdidos. Talvez com sentido. Talvez incompreensíveis. Gostava de passar dentro do tempo, sentir tudo e todos. Ser outro. Renovar-me. Uma espécie de renascimento interior. Como eu queria. Uma lavagem total. Uma limpeza tal que, no fim de contas, sentiria-me bem. Sentiria-me novo. Digamos que era bom. Mas quem sou eu? Perco-me nestes meus pensamentos. Pensamentos inoportunos. Só sei que me quero bem longe. Longe deste bicho. Longe de ti.
"É um bicho.
E não ouve ."
( ~ Santos & Pecadores . Momento Final ~ )
(Sinto-me estranho. Não estou nos meus dias mais literários. Por isso perdoem qualquer coisinha. :) )
quinta-feira, outubro 12, 2006
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