Um momento. Sei lá. Algo belo. Não sei. Conheci-te e pronto. Um momento só. Gostei. Preciso recordar isto para sempre. Mesmo que não seja para sempre, não interessa.
Tenho o nada.
Quero o tudo.
É impressionante como as coisas acontecem não é?
As flores crescem, morrem.
As folhas crescem, caem, voltam a crescer e a cair e a crescer e a cair.
As velas acendem-se e puff.. Apagam-se com um sopro.
As pessoas apaixonam-se. Eu apaixono-me.
Sei lá. É diferente. Quero dar vida a esta cidade. Quero que tu dês vida a esta cidade. É mesmo impressionante. É diferente, digamos. Gosto de estar aqui. O amarelo, as pessoas, a confusão que nem chega a ser confusão. O estilo antigo mas vivo. Vivo dentro de mim. Dentro de ti. Dentro de todos. É belo estar aqui. Também achas? Não queria sair daqui. Dá-me uma noite, uma noite apenas. Deixa-me mostrar-te o meu Eu. E colorir o teu, quem sabe? Andaremos à toa, subiremos bem alto e voltaremos a descer. Sempre com aquele amarelo que também sobe e desce que nós gostamos tanto. Vamos entrar e sair das lojas, comprar uma recordação. Tirar aquela fotografia. Não, não é uma fotografia real. É uma fotografia com a memória para que tu, não te esqueças de mim. E para que eu... Eu certamente não me esquecerei de ti. Estou a ser lamechas. Sim, lamechas... Não... Lamechas não! Estou a ser Eu. Quero que me percebas. Não quero ter de me despedir de ti. A noite? Dás-me? Passear pelas luzes, descer e subir estas ruas estreitas e bonitas, ainda que feias. São sempre bonitas, para mim e para ti e para todos elas serão sempre bonitas. Dá-me a mão! Deixa-me levar-te por aí, hoje estás por minha conta. Só hoje. Só esta noite. Amanhã!? Amanhã logo se vê. Agora eu quero estar contigo, caminhar sobre o céu e voar sobre a calçada portuguesa. Vês o cacilheiro lá longe? Ele está a partir. Também tu estás. Mas, por favor, dá-me só esta noite, é tudo o que te peço. Um momento. Um beijo sob a arcada. Sob a luz. Perto das colinas. Perto das sete colinas.
Esta ficará para sempre a nossa cidade.
Este ficará para sempre o nosso momento.
Olha a ponte lá longe cheia de luzes. Olha um Homem com os braços abertos. Bem abertos. E este cheiro? Cheira a sardinhas assadas. Vamos fugir. Foge! Parte! Já te tenho comigo. Ter-te-ei sempre comigo. Adeus? Não. Eu não gosto de adeus. Prefiro os até já.
Beija-me.
Quero nada.
Quero tudo.
Beija-me de novo.
Até já!
( ~ Mariza . Maria Lisboa ~ )
(Tive a ver a peça Por uma noite e inspirei-me, deu-me aquela vontade de atravessar o Tejo e caminhar à toa por Lisboa. Aquela Lisboa.)
(Foto: www.manlik.gr)
Tenho o nada.
Quero o tudo.
É impressionante como as coisas acontecem não é?
As flores crescem, morrem.
As folhas crescem, caem, voltam a crescer e a cair e a crescer e a cair.
As velas acendem-se e puff.. Apagam-se com um sopro.
As pessoas apaixonam-se. Eu apaixono-me.
Sei lá. É diferente. Quero dar vida a esta cidade. Quero que tu dês vida a esta cidade. É mesmo impressionante. É diferente, digamos. Gosto de estar aqui. O amarelo, as pessoas, a confusão que nem chega a ser confusão. O estilo antigo mas vivo. Vivo dentro de mim. Dentro de ti. Dentro de todos. É belo estar aqui. Também achas? Não queria sair daqui. Dá-me uma noite, uma noite apenas. Deixa-me mostrar-te o meu Eu. E colorir o teu, quem sabe? Andaremos à toa, subiremos bem alto e voltaremos a descer. Sempre com aquele amarelo que também sobe e desce que nós gostamos tanto. Vamos entrar e sair das lojas, comprar uma recordação. Tirar aquela fotografia. Não, não é uma fotografia real. É uma fotografia com a memória para que tu, não te esqueças de mim. E para que eu... Eu certamente não me esquecerei de ti. Estou a ser lamechas. Sim, lamechas... Não... Lamechas não! Estou a ser Eu. Quero que me percebas. Não quero ter de me despedir de ti. A noite? Dás-me? Passear pelas luzes, descer e subir estas ruas estreitas e bonitas, ainda que feias. São sempre bonitas, para mim e para ti e para todos elas serão sempre bonitas. Dá-me a mão! Deixa-me levar-te por aí, hoje estás por minha conta. Só hoje. Só esta noite. Amanhã!? Amanhã logo se vê. Agora eu quero estar contigo, caminhar sobre o céu e voar sobre a calçada portuguesa. Vês o cacilheiro lá longe? Ele está a partir. Também tu estás. Mas, por favor, dá-me só esta noite, é tudo o que te peço. Um momento. Um beijo sob a arcada. Sob a luz. Perto das colinas. Perto das sete colinas.
Esta ficará para sempre a nossa cidade.
Este ficará para sempre o nosso momento.
Olha a ponte lá longe cheia de luzes. Olha um Homem com os braços abertos. Bem abertos. E este cheiro? Cheira a sardinhas assadas. Vamos fugir. Foge! Parte! Já te tenho comigo. Ter-te-ei sempre comigo. Adeus? Não. Eu não gosto de adeus. Prefiro os até já.
Beija-me.
Quero nada.
Quero tudo.
Beija-me de novo.
Até já!
( ~ Mariza . Maria Lisboa ~ )
(Tive a ver a peça Por uma noite e inspirei-me, deu-me aquela vontade de atravessar o Tejo e caminhar à toa por Lisboa. Aquela Lisboa.)
(Foto: www.manlik.gr)