sábado, janeiro 21, 2006

Ensina-me...

Tenho muitas opções:
Acender um cigarro;
Sair;
Dizer que te amo.

Estas são as minhas opções. Ainda me consigo lembrar do teu sabor, está cá dentro guardado. O teu fantasma também - é a minha testemunha.

Tu ensinaste-me a mentir.

Vivo na mentira do meu pensamento. Tal qual o fumo do cigarro que acabei de acender, a mentira percorre-me, instala-se em mim, nas minhas roupas e vicia-me tal qual este mesmo cigarro.

Tu ensinaste-me a voar.

Levaste-me ao céu em segundos e disseste para abrir os braços como um Cristo-Rei perdido na imensidão azul. Fizeste-me voar contigo e agora? Ensinas-me a aterrar?

Tu ensinaste-me a ver.

Mostraste-me os pormenores bonitos das coisas. Fizeste-me ver o quão bonito é o fumo do cigarro aceso. Fizeste-me ver as estrelas que nos iluminavam à chuva. Ainda me fizeste ver a tua beleza. O teu cabelo. Os teus olhos.

Tu ensinaste-me a temer.

Ensinaste-me a ter medo das pessoas e deste-me a mão quando eu precisei. Eu agora preciso mas tu não estás aqui. Mas não interessa.

Tu ensinaste-me a amar.

Fizeste-me sentir bem. Fizeste-me sentir mal. Fizeste-me chorar e agora diz-me, por favor diz-me, o que sou eu?

Por favor diz-me que opção escolho, a de sair? A de dizer que te amo?
Sim, porque o cigarro já eu acendi.
Agora peço-te professora...
Ensina me a ser feliz. Pode ser?









(A ausência fez-se notar... Mas estou de volta.)
( ~ Robbie Williams . Eternity (orchestral version) ~ )